
O meu banho é sempre uma hora sagrada, à hora em que os meus pensamentos tomam conta do meu ser, a hora em que as coisas se esclarecem e ate mesmo as idéias dos textos do blog surgem. Mas cada banho é diferente do outro, são novas perguntas e novas respostas, quando as encontro, né?
Porem ontem no meu banho, rs’, os pensamentos foram bem intensos e as respostas, haa, essas sim não surgiram!Mas no meio do banho fechei os olhos e comecei a cantar, coloquei a mão naquela parede fria na qual eu não podia enxergar, e ai me toquei de que ser cego naquela hora era a coisa mais perfeita do mundo, pois não importava mais como era o que estava a minha frente e sim senti-lá, me toquei então de que esse tempo inteiro, esses 14 anos de vida nuca havia dado tanta importância as coisas, em sentir as coisas, em sentir as pessoas, a intensidade que elas tem.Quando falo em sentir, não digo de toca-lás, mas sim de aproveitar a presença de cada um na minha vida, independente de como eles são ou o que estão vestindo, se são gelados ou não, ásperos ou não, se são ou não são...
Percebi que o sistema nos cega, o capitalismo nos cega, o mundo nos cega e é cego, nós somos CEGOS ! Mas somos cegos de maneira bem diferente do que fui em meu banho. Somos cegos, pois não enxergamos a importância que as pessoas têm e o quanto elas são valiosas, independente de sua cor, rosto, corpo, independente do que a sociedade impõe como padrão a todo instante. Somos cegos de humildade, cegos de esperança, cegos até mesmo de coragem. Essa que nos falta pra encarar o sistema de frente, essa que nos falta pra sermos revolucionários. Sim, Revolucionários! Precisamos revolucionar, precisamos mudar , inovar!
“Homem primata, capitalismo selvagem!”